Setembro Amarelo: vamos falar sobre o mês de prevenção ao suicídio?

Setembro Amarelo: vamos falar sobre o mês de prevenção ao suicídio?

Ainda é um grande tabu falar sobre saúde mental em vários ambientes e círculos sociais, principalmente sobre o suicídio. A melhor forma de garantir a prevenção e tratamento de transtornos mentais é por meio da disseminação de informação de qualidade.

Dessa forma, as pessoas conseguem identificar sinais em si mesmas ou em parentes e amigos que possam estar com comportamentos suicidas. Sabemos como o assunto é importante e, por isso, levantamos a nossa bandeira de conscientização nesse Setembro Amarelo. 

Ao longo deste artigo, você terá acesso a informações importantes. Confira!

O que é o Setembro Amarelo?

O Setembro Amarelo é o mês de prevenção ao suicídio. Apesar de no Brasil ter ganhado força apenas em 2015 com a campanha encabeçada pela a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), em parceria com o CFM (Conselho Federal de Medicina) e o CVV (Centro de Valorização da Vida), o movimento é mundial.

Existe desde 2003 e segue a data criada pela OMS (Organização Mundial da Saúde): 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Por mais que seja um assunto importante para ser debatido o ano todo, o Setembro Amarelo coloca ainda mais holofote na causa, fazendo as pessoas refletirem sobre o mesmo.  As ações que são realizadas ao longo do mês visam conscientizar e disseminar informações sobre o suicídio, eliminar tabus e esclarecer ideias equivocadas.

Por que é importante falarmos sobre suicídio e saúde mental?

Todos os dias, por volta de 30 brasileiros se suicidam. Além disso, na cartilha de prevenção ao suicídio da ABP e do CFM, há informações que apontam que de cada 100 brasileiros, 17 já pensaram pelo menos uma vez em tirar a própria vida.

O número positivo é que cerca de 90% dos casos de suicídio podem ser evitados. Por isso, é tão necessário focar na prevenção.

Quanto mais falarmos sobre o assunto, mais as pessoas estarão informadas e capacitadas para pedir ajuda. Enquanto ainda existir tanto tabu e desinformação sobre o suicídio, muitos não terão acesso ao suporte psicológico e psiquiátrico que precisam.

Quais são os principais sinais que indicam risco de suicídio?

Mesmo sem ser psicólogo ou psiquiatra, é possível ajudar alguém que esteja passando por problemas graves. Caso você suspeite que uma pessoa possa tirar a própria vida, fique atento aos sinais:

  • descuido com a aparência;
  • ausência em compromissos;
  • mudanças muito bruscas de hábitos;
  • isolamento social;
  • piora no desempenho escolar, acadêmico ou profissional;
  • baixas expectativas em relação ao futuro;
  • perda de interesse em atividades;
  • doação frequente de pertences;
  • falas depressivas que se referem à morte;
  • alterações extremas no humor;
  • melhora súbita, que pode significar a aceitação do suicídio;
  • necessidade de “fechar as pontas soltas” da sua vida;
  • comportamento irresponsáveis e perigosos.

Na grande maioria das vezes, o indivíduo dá sinais de que algo não vai bem. O que costuma acontecer é que as pessoas não percebem, seja por falta de informação ou porque desmerecem a gravidade do caso. Acham que é tudo frescura e não enxergam que há um ser humano realmente precisando de ajuda.

Conheça o CVV – Centro de Valorização da Vida

O CVV é um dos principais auxílios para quem pensa em suicídio. Ao ligar para o 141, a pessoa entra em contato com um atendente voluntário. O CVV não trabalha com aconselhamento ou faz julgamentos, há apenas a oportunidade de desabafar e expor o que se está sentindo.

Aliás, é importante reforçar que os voluntários não estão aptos para fazer diagnósticos. Apenas escutam e, por meio da conversa, podem indicar locais específicos e gratuitos onde é possível encontrar ajuda.

Homens: cuidem da saúde mental!

Estudos apontam que, no geral, os homens cuidam menos da saúde mental. Uma pesquisa feita pelo Instituto Ideia revelou que 80% dos homens nunca fizeram terapia. Por outro lado, 83% afirmaram que já sentiram estresse e 74% já lidaram com sintomas de ansiedade.


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Em relação ao suicídio, a taxa é maior entre os homens. Eles enfrentam ainda mais dificuldades para se abrir e procurar ajuda porque, por muito tempo, foi dito na sociedade que “homem não chora” e “homem precisa ser forte o tempo todo”. 

O Setembro Amarelo é uma oportunidade para falar sobre o assunto e ajudar homens e mulheres que precisam se informar e eliminar tabus que ainda são um grande obstáculo na prevenção e tratamento ao suicídio.